
Construindo Felappi: conheça as 20 músicas que mais influenciaram o som da banda
30 de maio de 2017 0 Por João Pedro RamosQuando uma banda se forma, as influências de cada um dos integrantes são inúmeras e variadíssimas. Essa mistura de músicas, artistas, discos e sons entra em um imenso caldeirão musical e traz algo totalmente novo e cheio de identidade. É nessa construção de identidade que a coluna Construindo vai focar: aqui, traremos 20 músicas que foram essenciais para que uma banda ou artista criasse seu som, falando um pouquinho sobre elas. Hoje temos o duo Felappi, do Rio de Janeiro.
Nirvana – “In Bloom”
Victor Cumplido: Lembro de ouvir essa música repetidamente no máximo em um discman no Natal da família, devia ter uns 11 anos.
Paulinho da Viola – “Os 5 Companheiros”
Victor Cumplido: Foi a música que me fez começar a estudar bandolim e passar uma época escutando basicamente choro.
Charley Patton – “The Prayer of Death”
Victor Cumplido: Me vejo no barco seguindo para a margem oposta, um remo de duas mãos, remando na água tranquila da morte.
Miles Davis – “On the Corner/New York Girl/Thinkin One Thing and Doin Another/Vote for Miles”
Victor Cumplido: Vote for Miles! Me sugou pro jazz.
Binário – “Contrapartida”
Victor Cumplido: Ia todo domingo assistir esses caras tocarem, gosto de quase todos os outros projetos dos integrantes.
Portishead – “Humming”
Victor Cumplido: Bruxaria forte!
Adoniran Barbosa – “Vide Verso Meu Endereço”
Victor Cumplido: Essa música me lacrimeja, choro por dentro.
Cat Power – “Colors and the Kids”
Victor Cumplido: Esse disco todo parece que você está dentro dele, um convite de alguém para se sentar na sala, olhar a janela…
Luiz Gonzaga – “Súplica Cearense”
Victor Cumplido: Luiz Gonzaga é gigante, tal qual o Nordeste e seus ramos.
Mozart – “Rex Tremendae Majestatis”
Victor Cumplido: É uma das músicas em que sempre fico arrepiado na mesma parte, de uma gravação específica.
Tom Waits – “God Away From Business”
Fela Montparnasse: Amo a forma rústica que o Tom Waits trabalho o vocal dele nessa música. A impressão que eu tenho é que ele perdeu a voz com o passar dos anos, e tentou adaptar o timbre dele à sua nova realidade artistica. Talvez essa seja a canção mais percussiva que o Waits produziu, por causa desse timbre errático.
Pin Ups – “Loneliness”
Fela Montparnasse: Talvez seja a canção mais cosmopolita que eu ja tenha ouvido. Quando eu era adolescente, e morava em Niterói, o mais próximo da cidade grande que eu cheguei até então, foi ouvindo esse álbum. Eu realizei o meu sonho platônico, de me tornar um cidadão do mundo, ouvindo esse álbum.
Jair Naves – “Araguari”
Fela Montparnasse: O Jair Naves vem de um background bem pesado e errático. O cara começou a carreira como músico do Okotô, que foi uma das bandas mais pesadas de SP. Achei justo ele se submeter a
gravar uma música “rancheira”, meio caipira, pra expressar a saudade. Acho que essa canção é sobre envelhecer.
Can – “Vitamin C”
Fela Montparnasse: uma das canções mais modernas que eu já ouvi. Pra mim, essa canção tem o refrão dos mais sinceros: “Ei você, você está perdendo a sua vitamina”;
De Leve – “Pra Bombar no seu Estéreo”
Fela Montparnasse: Essa canção é um verdadeiro suicidio comercial. Em apenas 3 minutos, o De Leve consegue detonar o Djavan, DJ Patife, Max de Castro, Sandy, KLB, e proclama: Carlinhos Brown manda mal e o Zeca Baleiro é presepeito; Não sei se concordo com ele, porém, começar o primeiro disco da carreira, já tacando merda no ventilador dessa forma…
Suicide – “Ghost Rider”
Fela Montparnasse: Eu poderia morar nessa música. Não tem guitarra, nem bateria, e mesmo assim, consegue expressar uma violência inclassificável. Conhecia essa canção quando me separei de minha primeira esposa. Belo trauma, né não?!
Cibelle – “Lightworks”
Fela Montparnasse: Outra artista cosmopolita. Acho incrível a forma em que a Cibelle trabalha a voz dela nessa versão, tem muito de Gal Costa aí, mas tem muito de artista que mete o pé na estrada, caçando vivência.
Serge Gainsbourg – “New York U.S.A.”
Fela Montparnasse: Gainsbourg é meu herói musical e esse som remete a Babatunde Olatunji (sim, ele chupou o disco inteiro do Babatunde), porém é esse cinismo que me interessa do Gainsbourg.
Walter Franco – “Feito Gente”
Fela Montparnasse: Mais hip-hop do que hip-hop. É sério, eu acho essa canção, uma grande música de rap psicodélico, composto em 1970 e blau.
Arrigo Barnabé – “Clara Crocodilo”
Fela Montparnasse: A única vez que eu chorei assistindo a um show na minha vida. Nunca vou entender como o Arrigo teve essa iluminação (e visivelmente, nem ele)…
Sobre o Autor
Jornalista, Redator, Social Media, colecionador de vinis, CDs e música em geral.