
Chegou a hora de darmos mais uma chance aos discos “Load” e “Reload” do Metallica
21 de junho de 2016 6 Por João Pedro RamosO polêmico e criticado disco “Load”, do Metallica, completou 20 anos na semana passada. Na época, a mudança de visual do quarteto e a inclusão de músicas como “Mama Said”, mais puxada para o country, e “Hero Of The Day”, mais “calma”, fizeram os fãs ficarem putos com a banda. Os que já tinham virado as costas para os thrashers com o lançamento do “Black Album” deram de ombros, e até alguns dos fãs que gostaram do disco de 1991 ficaram coçando a cabeça. Um ano depois saiu “Reload”, um disco do que seriam as sobras das gravações de “Load”, algo que só ajudou a continuar a fama de “vendidos” que a banda ganhou e continuou a ser apedrejada. Músicas experimentais como “Low Man’s Lyric” fizeram os mais cri-cris perguntarem “o que está acontecendo com o Metallica”?
Pois bem: 20 anos depois, vamos rever esta dupla tão mal avaliada. Primeiramente, vamos juntar o melhor dos dois discos em um só. Assim, vamos unir tudo o que a duplinha mal falada do Metallica têm de melhor para termos um disco bom em vez de dois medianos ou fracos. Outro ponto: ele deve ser ouvido como um disco de rock, deixando um pouco de lado o thrash metal de discos como “Ride The Lightning” e “Kill ‘Em All”. Afinal, se você ouvir o “Load” e o “Reload” esperando os clássicos riffs de quebrar pescoço e bumbo duplo comendo solto, é óbvio que vai sair decepcionado. Pois é hora de abaixar suas espectativas, apurar os ouvidos e dar uma nova chance ao “Load” recauchutado, que na minha versão, fagocitará o melhor do “Reload”. Eis as eleitas do tracklist, na ordem em que eu colocaria:
– “Ain’t My Bitch”, do “Load” – Acho que se este fosse o primeiro single de “Load” na época o pessoal não ia chiar tanto. Porrada, um pé na porta que abre bem o disco, com uma bela dupla de guitarras de James e Kirk.
– “2×4”, do “Load” – Uma boa segunda música, podia muito bem estar no “Black Album”. Bateria clássica do Lars, mesmo na abertura já dá pra ver que é ele tocando a batida de 2×4 que dá nome à faixa.
– “Fuel”, do “Reload” – Uma das poucas músicas que o Metallica manteve nos shows até hoje e uma preferida dos fãs. E, pra falar a verdade, é mesmo uma das melhores deles nessa fase. Ei, lembre-se que da fase “St. Anger” não sobrou nenhuma pra contar história nos sets atuais, certo?
– “Until It Sleeps”, do “Load” – Este que foi o primeiro single lançado na época não é uma canção ruim. Mostra um pouco do direcionamento que o Metallica estava tomando, dando aquela experimentada com rock alternativo sem perder o peso. Algo entre o Alice In Chains e o Smashing Pumpkins (se é que isso é possível). Aquela fórmula verso calmo-refrão porrada-verso calmo-refrão porrada.
– “King Nothing”, do “Load” – A música em que o Metallica se auto-chupa com vontade (afinal, é quase uma “Enter Sandman 2”) não é nada ruim. Um single bacana da época que podia ter sido mais bem recebido se o povo não fosse tão “tr00”.
– “Hero Of The Day”, do “Load” – Um rock mais tranquilo, puxado pro hard rock. Poderia muito bem estar num dos discos noventista do Aerosmith… e isso não é uma crítica.
– “Devil’s Dance”, do “Reload” – Todo mundo critica a bateria de Lars, mas nesse… digamos, funk-metal, a batida quatro por quatro cheia de groove é toda dele. Além do ritmo cadenciado que ficou ótimo até no “S&M”.
– “Wasting My Hate“, do “Load” – A paulada pós-introdução dessa música é bem bacana. Essa música tem um quê de rock de arena dos anos 70.
– “Bleeding Me”, do “Load” – Mais um experimento do Metallica no “Load”, e devo dizer que um dos melhores experimentos da banda nessa fase. Uma faixa lenta que não chega a ser uma balada por ser tão sofrida e tensa. Ignore o excesso dos “uô uô” do James e veja como essa música merece ser ouvida.
– “Ronnie”, do “Load” – Já que é pra ter incursão pelo country, em vez de “Mama Said” (que eu, pessoalmente, acho boa, mas foi uma das mais massacradas pelos fãs) a gente deixa “Ronnie”, com influência country mas com uma pegada mais bangue bangue, mezzo ZZ Top.
– “The Memory Remains”, do “Reload” – O Metallica conseguiu fazer uma música cheia de “lararara” cantado pela Mariane Faithfull que gruda na cabeça e ainda um clipe memorável daqueles que as pessoas ficaram um tempão pensando “como eles fizeram isso”? Merece ficar.
– “The Unforgiven II”, do “Reload” – Esta aqui eu deixaria só pra manter a série “Unforgiven” andando (Ah, e eu colocaria a intro igual à essa em “Unforgiven III” do “Death Magnetic”, mas aí já estou divagando e indo pra outro disco).
– “Low Man’s Lyric”, do “Reload” – Eu citei que essa é uma experimentação mais “mellow” do Metallica e levou umas pauladas dos fãs, mas isso mostra que o Metallica têm bastante a oferecer fora do mundo thrash metal. É perfeita para fechar um disco, e eu faria exatamente isso.
Sobre o Autor
Jornalista, Redator, Social Media, colecionador de vinis, CDs e música em geral.
Tem várias músicas legais. Além das que vc citou, tb deixaroa The House Jack Built!
Essa QUASE entrou na minha lista! Também gosto dela.
Ótima lista, como disse o outro comentário… Só acrescentaria a The House That Jack Built
Também acho ótima! 🙂
Ah, e eu também a acrescentaria a The Outlaw Torn. Ótima música!
Essa eu gosto, mas não entra no meu Top 5.